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Esta aproximando a data em que se comemora o dia do professor (15 de Outubro) e logo, não demora, começaram a aparecer pela cidade aquelas famosas faixas demagógicas com frases cheias de hipocrisia de políticos aproveitando para se tornarem notáveis para 2012. – “fulano de tal parabeniza os professores pelo seu dia”. Vale lembrar que a data comemorativa do dia do professor baseou-se em um decreto imperial de 15 Outubro de 1827 que tratava de diversos assuntos, inclusive da remuneração dos professores dentre outras coisas.
Todos sabem que na verdade não há muito que comemorar em si tratando de educação no Brasil, por outro lado já sabemos que nas próximas eleições iremos ouvir novamente as velhas frases de campanha: “pela educação vote em sicrano” “por uma educação de qualidade vote em beltrano”. É pura demagogia.
Para que exista uma educação de qualidade é essencial também haver a valorização dos profissionais, é preciso que se pague um salário digno o suficiente para que o profissional de educação não necessite trabalhar em dois ou três turnos diários, nem que seja necessário vender cosméticos ou confecções para complementar a renda; é indispensável uma formação continua para o profissional se sentir completo e com direito as progressões que aumentará sua remuneração; e é preciso haver uma atenção especial à jornada de trabalho, que leve em conta as atividades que são desenvolvidas extraclasse.
Os professores fazem parte da única classe trabalhista, até onde se sabe, que quando faz greve tem que repor os dias e ainda, na maioria das vezes, não conseguem sequer um terço (⅓) do reivindicado, como foi o caso ocorrido em Goiânia no primeiro semestre de 2010 em que até hoje eles ainda estão repondo os dias de trabalho daquela ocasião. Por que, então, não acontece a reposição de faltas quando outros órgãos públicos fazem greve?
Infelizmente, vivemos em uma sociedade com professores desvalorizados em todos os sentidos e com o ensino público funesto. As salas de aula estão transbordando de alunos para um só professor cuidar da disciplina e tentar ensinar. Assim a qualidade do ensino fica comprometida e o professor doente literalmente.
Hoje fala-se muito em meritocracia, um sistema que posiciona o servidor em uma escala de medida padronizada tendo como base o seu merecimento, para que ele tenha acesso aos programas de bonificação e ocupacionais. Concordo com esta política implantada pelo governo de Goiás para educação estadual e penso ser um programa que tem tudo para arraigar-se, porém isso apenas não é suficiente, pois os professores ganham muito abaixo do que merecem, pois passam, no mínimo, quatro anos em uma faculdade para conquistar a formação superior e deveriam receber mais ainda, pelas condições em que estão expostos diariamente.
A escola esta se tornando um ambiente de violência constante e de diversas maneiras: verbal, moral e também a violência física que vem ganhando grande repercussão na mídia.
Diante dessa situação diria que os profissionais em educação pública neste país já são merecedores dos adicionais de insalubridade e periculosidade principalmente. A gratificação pela regência de classe já esta ultrapassada.
Mais que parabenizar os professores é preciso que a sociedade e o governo se sensibilizem e tomem uma atitude para mudar essa realidade, onde “o professor é o material escolar mais barato do mercado”. Espero que os professores se tornem uma classe mais unida e organizada na busca de melhorias salariais.

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